domingo, 18 de janeiro de 2009

Keanu Reeves como Cara-de-Terno



O Dia em que a Terra Parou, visto por mim neste fim de semana não me levou a reflexões profundas sobre o estado de emergência na terra ou por que diabos não deixaram o original de 1951 quieto lá no canto dele. Ao invés disto, reparei - reparamos - que Keanu Reeves é um desses atores nada versáteis, que interpretam sempre o mesmo papel.

Acho que de vez em quando ele abre uma exceção, mas ele pega um roteiro e a primeira coisa que procura é se o seu personagem é um cara "diferente" que usa um terno impecável durante mais de cinqüenta por cento do filme. Só para ter uma idéia, alguns filmes do pinta são:

The Matrix - Ele é "O Escolhido" e usa terno (ou pelo menos camisa e gravata) durante boa parte do filme - depois ele troca pelo sobretudo, que conta;
O Advogado do Diabo - Um cara que faz um pacto com o diabo e usa terno o filme inteiro;
Johnny Mnemonic - Um cara com um implante no cérebro que usa terno;
Constantine - Um meio de campo entre o céu, o inferno e a terra, que usa terno o filme todo;
O Dia em Que a Terra Parou - Um alien que usa terno o filme todo.

O problema é que em todos esses personagens ele ainda soa como o Ted de Bill and Ted's Excellent Adventure.



Party on, dudes!

pêlos retirados com lâmina de barbear voltam mais fortes

Sim, eu acredito.

Porque eu não acredito em Deus, nem na ascenção. Não acredito no Holy Ghost nem em Alan Kardec.

Eu preciso acreditar em alguma coisa.

domingo, 11 de janeiro de 2009

ouvindo

Animal Collective - Merriweather Post Pavilion

Clica aí e baixa o disco. Um oferecimento MediaFire, não meu.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

em mim, talvez

Não, eu não consigo ser feliz em você
no seu rosto, no seu caminhar
seus silêncios, seus ouvidos
devia. mas não consigo ser feliz em você.

Não, eu não consigo ser em você
nos seus olhos, nos seus sorrisos
sua bunda, seu falar
não. não consigo ser em você.

Não, eu não consigo em você
seu hálito, seu dormir
seus atos, seus seios
tolo. não consigo em você.

Não, não em você
suas dores, seus meios
não vou rir
não. não em você.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

jogo ao mar

Primeiro dia do ano e jogaram uma bola. Chutei, instintivamente, e ele disse:

“Serve.”

Não sou exatamente o cara mais coordenado ou disposto para jogar futebol, mas o primeiro dia do ano vale o esforço. Éramos 4 e dois contra dois com a minha presença dava um resultado injusto. No começo achei que não ia durar muito tempo. Logo estava cansado. Cansa jogar na areia. Olhar as mulheres passando e talvez tomar uma caipirinha ou uma água de côco me parecia bem mais atraente. Mas continuei ali, dando alguns chutes e correndo atrás da bola, mais por inércia do que por qualquer coisa.

Após 20 minutos e um ou dois gols nas goleiras imaginárias demarcadas por chinelos chegam mais quatro. Quatro caras um pouco mais novos de nós, que nunca tínhamos visto.

"Vamos jogar?"

"Claro" foi a resposta imediata dos meus companheiros.

E aquilo durou uns 40 minutos. Juro que meu corpo só sentiu o peso daqueles 40 minutos correndo pela areia no dia seguinte. Quatro amigos versus quatro amigos. Sem nomes. Sem ligação nenhuma. Sem títulos. Sem idade. Sem discordâncias, a não ser pelas do próprio jogo. E após aqueles quarenta agradáveis minutos, todos têm de voltar às suas vidas. Onde não são estrelas do futebol (no meu caso, nem naquela). Onde têm nome, sobrenome, ocupação, idade, pesos e mais pesos.

E eles perguntam se a gente quer fazer alguma coisa mais tarde, outro dia.

"Na verdade não", diz meu amigo. Aquilo foi estranho e até um pouco grosseiro. Só ele falaria uma coisa daquelas. Mas meio que transmitiu o sentimento geral.