segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

jogo ao mar

Primeiro dia do ano e jogaram uma bola. Chutei, instintivamente, e ele disse:

“Serve.”

Não sou exatamente o cara mais coordenado ou disposto para jogar futebol, mas o primeiro dia do ano vale o esforço. Éramos 4 e dois contra dois com a minha presença dava um resultado injusto. No começo achei que não ia durar muito tempo. Logo estava cansado. Cansa jogar na areia. Olhar as mulheres passando e talvez tomar uma caipirinha ou uma água de côco me parecia bem mais atraente. Mas continuei ali, dando alguns chutes e correndo atrás da bola, mais por inércia do que por qualquer coisa.

Após 20 minutos e um ou dois gols nas goleiras imaginárias demarcadas por chinelos chegam mais quatro. Quatro caras um pouco mais novos de nós, que nunca tínhamos visto.

"Vamos jogar?"

"Claro" foi a resposta imediata dos meus companheiros.

E aquilo durou uns 40 minutos. Juro que meu corpo só sentiu o peso daqueles 40 minutos correndo pela areia no dia seguinte. Quatro amigos versus quatro amigos. Sem nomes. Sem ligação nenhuma. Sem títulos. Sem idade. Sem discordâncias, a não ser pelas do próprio jogo. E após aqueles quarenta agradáveis minutos, todos têm de voltar às suas vidas. Onde não são estrelas do futebol (no meu caso, nem naquela). Onde têm nome, sobrenome, ocupação, idade, pesos e mais pesos.

E eles perguntam se a gente quer fazer alguma coisa mais tarde, outro dia.

"Na verdade não", diz meu amigo. Aquilo foi estranho e até um pouco grosseiro. Só ele falaria uma coisa daquelas. Mas meio que transmitiu o sentimento geral.

Um comentário:

Anônimo disse...

eu me importo.

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