domingo, 15 de fevereiro de 2009

bode expiatório

Ora, por favor, meu amigo. Não venha dizer que a culpa da sua situação é da situação. Não venha me dizer que toda essa bagunça, toda essa sujeira em que estamos metidos não é a nossa própria merda. Não diga isso, por favor. Que essas putas sujas e esses sujeitos detonados estão aqui porque invadiram. Não é bem assim. Não, a culpa é tua.

E eu ainda tenho que ouvir da tua boca que a vontade divina colocou o caranguejo na lama? O filho da puta adora a lama. E é ele que vai pra lá. Assim como tu, que vem pra este lado do muro. Então não diga que a culpa é minha, ou de sei lá quem.

Fácil colocar a culpa em outras pessoas, animais ou objetos. Não é tu que está com pouco dinheiro, é a alface que ficou cara. Não é tu que está velho, é o público do bar que é novo demais. Aquelas merdas que tu fez e disse, culpa do álcool. Foi ela que me beijou. Maldito poste no meio do caminho. No cu de quem não segura o elevador. Ele que ultrapassou o sinal vermelho. Não entendem a minha arte. Onde a faxineira enfiou minha calça? Meus costas doem. Ele roubou meu emprego. Ele roubou minha mulher.

Meu caro, uns culpam os outros. É muito bom. É muito prático. E todos fazem.

Principalmente porque o mundo está bom como está... não é?

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

coincidências publicitárias

Vejam esse video até o final. É a apresentação do case da mudança de identidade visual da Coca-Cola em 2008. Foi uma grande mudança numa marca tradicional. Ele foi premiado em Cannes na categoria Design.



A partir dos dois minutos e pouco começa um videoclipe muito bacana apresentando as diversas aplicações da nova cara da marca. A trilha é Energy, do Apples in The Stereo.

O próximo vídeo é da Pepsi. Feito para o Ano Novo, foi uma das primeiras utilizações do logo e da identidade novas. Não preciso dizer que se inspira muito na simplicidade do novo da Coca.



Não preciso dizer que se inspira demais na Coca. Talvez por isso o vídeo não tenha sido muito divulgado. Mas como a agência não reparou que estava usando a mesma música de um vídeo conhecidissimo e premiado da sua maior concorrente? Cuén.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

ninguém tem saco de ler um blog inteiro

Prove.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

este post tem o objetivo de ser engraçado



O intervalo entre uma refeição e outra é o tempo que temos para caçar mais comida. Quando fracassamos, comemos igual, sem o mesmo sabor. O gosto do trabalho duro é melhor do que qualquer tempero. E não é preciso dar um banquete toda a vez. Na maior parte do tempo, um lanche é o suficiente. O maior problema é daqueles que não conseguem parar. E freqüentemente estão cansados demais para exercer outras atividades que não sejam caçar. Freqüentemente essas atividades envolvem comunicar-se com seus semelhantes. Mas, paciência, isso há de ser uma fase - para eles, eu digo. Para os semelhantes, jamais será. É o fim, é a transformação final. E eles seguem com as lamentações, sempre com a razão. O intervalo entre uma refeição e outra é o tempo que temos para incomodar uns aos outros. O gosto do ócio e do tédio é melhor do que ter algo em cima da mesa. É apenas uma questão de gosto. Uns preferem isto, outros preferem aquilo. A estes, eu pergunto: como foi crescer?

A manipulação é de Ceslovas Cesnakevicius.